A Metafísica como fundamento para a Técnica Moderna em Martin Heidegger

O intuito é o de problematizar como a perspectiva fenomenológica de Martin Heidegger fundamenta o modo como o qual a compreensão vem pensando historicamente o Ser; este como um algo formal, atemporal e universal, que subsiste no ou para o ente (Metafísica). O filósofo conclui que este fundamento metafísico se manifesta a partir da perspectiva implícita da subsistência [Vorhandenheit] para o sentido do Ser de todo – a qual configura a tentativa sempre recorrente da Metafísica de tornar a verdade (o Ser) infinita, universal e absoluta. Este sentido conduziria, enquanto pressuposto implícito, os problemas da ἰδέα platônica, da οὐσία aristotélica, da essentia medieval, do sujeito moderno. Tal tentativa de compreender o sentido do Ser na História leva Heidegger a uma “destruição fenomenológica” do pressuposto metafísico, e é a partir dessa problematização que o filósofo nos traz a perspectiva da Técnica Moderna como o procedimento eminente do comportamento contemporâneo frente ao Todo.

Apresentação do curso

Por décadas o filósofo Martin Heidegger tentou trazer à luz a questão da Técnica Moderna como um problema eminente da existência contemporânea. Em seus ensaios mais tardios, o filósofo postula que a compreeensão (estruturalmente histórica porquanto seja compreensão de Ser e de tempo), vem se mostrando em uma voraz capacidade de destruição de si e da Natureza. Para além de qualquer discurso ecológico – haja visto que para o filósofo este discurso ainda perspectiva a Natureza e o Dasein como recurso natural (ou recurso humano), Heidegger tenta nos fazer pensar precisamente como, historicamente, nos é possível hoje esta perspectivação prévia do Todo (Natureza, ser humano, coisas) enquanto mero recurso e reserva; e como a Técnica Moderna, enquanto tecno-ciência, é o modo de concretização de tal compreensão pré-reflexiva projetada sobre o real – isto que o filósofo chama de Gestell: a armação prévia da compreensão para o Todo, instituída mais fundamentalmente desde a Modernidade. Para o filósofo, esta “armação prévia” ou seja, a compreensão pré-reflexiva e pré-temática (pré-ontológica) que rege a existência contemporânea, não é algo estanque que começou neste século; o que temos hoje é tão somente compreensão de Ser (do que é) se reiterando temporalmente no interior de uma circunscrição de significação, isto é, de um povo (o povo ocidental) – portanto sempre já uma compreensão estruturalmente histórica. Deste modo, não poderíamos pensar a existência atual e suas implicaçõe sem resgatar o curso do seu encaminhamento que, para Heidegger, começa enquanto Metafísica grega, afundando seu desdobramento na Metafísica Medieval e finalmente na Metafísica Moderna. A questão que se impõe com esta Filosofia é: como chegamos a ser isto que somos hoje? Como a totalidade do ente se tornou o objeto propriamente dito para o homem ocidental pensado enquanto sujeito incondicionado (espontâneo) de conhecimento? Como a tecno-ciência surge hoje como uma possibilidade consequente da Metafísica Moderna?

PÚBLICO ALVO

Público Interno: Alunos de graduação e de pós-graduação da UFRRJ

Público Externo: Alunos de graduação e de pós-graduação de outras universidades e pessoas interessadas em Filosofia contemporânea, Martin Heidegger, Metafísica e História da Filosofia

Ciências Humanas
Curso Online
Período: 23/05/2023 à 11/07/2023
Vagas: 20
Carga Horária: 50h
Inscrição: 16/05/2023 à 20/05/2023
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